18 fevereiro 2013

A vida é breve, longa é a Arte


Muito bem. Fevereiro é o mês do meu aniversário.  No último dia 17 completei 51 anos. Agora tenho 12 anos de idade de espírito, 28 de cabeça e 51 de corpinho.
Trinta anos atrás alguém com 51 anos de idade era um respeitado senhor, um... velho. Hoje, não mais. Para ser aquilo que a sociedade designa como “velho” é preciso ter mais de 65 anos de idade. E imagino que dentro de poucos anos será preciso ter 70.
E me lembro que quando perguntaram ao físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano Galileu Galilei quantos anos ele tinha, a resposta foi: “Oito ou dez”. E explicou: “Quando me perguntam quantos anos de vida tenho, digo os anos que me faltam viver. Os que já vivi, não os tenho mais...”
E o filósofo alemão Arthur Schopenhauer fez uma reflexão profundamente incômoda sobre o mesmo tema: “A diferença fundamental entre a mocidade e a velhice é sempre esta: a primeira tem a vida na frente e a segunda, a morte. Por conseguinte, uma possui um passado breve e um amplo porvir, e a outra o inverso. Sem dúvida, o velho não tem mais do que a morte pela frente, mas o jovem tem a vida, e se trata de saber qual das duas perspectivas oferece mais inconvenientes, e se não é preferível ter a vida atrás e não na frente.”
Ter a vida atrás ou à frente?
Pois é...  Minha família é longeva. Minha avó paterna Eleosina tem 104 anos. Na medida do possível lúcida. Calculo que devo viver até os 85 anos, portanto, tenho ainda 34 pela frente. E no ano que vem terei 33. E no outro, 32. E assim por diante, com cada vez mais vida para trás, até chegar o meu dia, quando espero me orgulhar dos anos que não terei mais. Por isso procuro gastar meus anos de vida fazendo algo que valha a pena. E dividir com  os leitores deste blog estas minhas reflexões têm sido um privilégio.
Segundo Sêneca, a maior parte dos mortais, estão de acordo quando lamentam sobre a avareza da Natureza. Nascemos para viver por pouco tempo, e mesmo assim o espaço de vida que nos é dado se precipita tão rapidamente, anda tão veloz, e de um modo tão fascinante que, excetuando-se uns poucos, quando a maioria dos homens se preparam para viver a vida, ela os abandona.
Sobre este mal, comum a todos, como em geral acreditam, não choram somente o povo simples e os ignorantes, porém os sábios ilustres também sentem-se perturbados e lamentam.
Disto decorre a sentença ilustre: "A vida é breve, longa é a Arte". Por isso, eu pinto. Pinto telas.
Que importa saber que as telas que eu pinto valem tanto ou menos quanto uma tela em branco?
O futuro há de garantir o desfecho desses rabiscos, se não são artísticos como alguém pode  me fazer crer, são ao menos sinceros, e queira enxergar, não se faz arte sem o fluído misterioso da sinceridade e é essa sinceridade que escorre além de mim…
Na ilustração deste texto algumas telas de minha autoria.

José Renato de Freitas Almeida
Prata MG

22 outubro 2012

Concerteza agente erra menas!


Dia desses em um post do facebook critiquei a quantidade de erros de português e recebi um monte de impropérios, evidentemente com vários erros.
É impressionante a quantidade de erros de português presentes ao longo das páginas da web. Uma parte pode ser até justificável por causa da pressa na hora da digitação, mas outros casos são imperdoáveis. Há erros que são tão comuns, que acabam confundindo mais pessoas, gerando um círculo vicioso de deslizes na gramática.
Basta fazer uma busca no no Google para notar a presença de dezenas de frases quase indecifráveis. A deficiência na escrita é causada pela perda excessiva de tempo com atividades online desnecessárias, que poderiam ser substituídas pela leitura de revistas e jornais, direto da própria web.
Para evitar constrangimento na hora de apresentar um texto a alguém, lembre-se sempre de consultar um dicionário atualizado. Não faça como muitos que tentam tirar suas dúvidas de ortografia por meio das sugestões de pesquisa do Google. Se for digitar um texto informal para ser publicado online, são aceitáveis algumas abreviações, mas sem distorções na escrita.
A seguir, uma lista com erros de português absurdamente comuns em comentários de blogs, fóruns, grupos de discussão, e presentes até mesmo em sites considerados respeitáveis:
 concerteza
O certo é "com certeza".  É incrível como as pessoas insistem em escrever "concerteza", tudo junto. São duas palavras, formando uma expressão que significa "sem dúvidas", "certamente", "é claro", "é lógico".
Ex.: Com certeza estarei lá.
agente
O certo é "a gente". Quando possui função de pronome, substituindo de modo informal a palavra "nós", o certo é escrever as palavras separadamente. Lembrando que a conjugação do verbo é na 3ª pessoa do singular.
excessão
O certo é "exceção". A palavra "excessão", apesar de bastante difundida por aí, não existe.
à partirapartir
O certo é "a partir", pois não se usa crase antes de verbo. E são duas palavras.
nada haver
O certo é "nada a ver", dando a ideia de nada semelhante, nada parecido, sem fatos em comum.
derrepente
O certo é "de repente". São duas palavras, significando "inesperadamente", "de forma brusca", "do nada".
ás vezes
O certo é "às vezes", com acento grave e não acento agudo. Significa "de vez em quando", "de tempos em tempos", "periodicamente".
quiz
Em se tratando do verbo querer, o certo é "quis". Não só na Internet, mas também em muitas placas nas ruas, vemos escrito "quiz".
por causa que
Escreva simplesmente "porque", quando for relatar uma causa.
porisso
O certo é "por isso". Trata-se de mais um caso em que muita gente resolve aglutinar duas palavras. Preguiça de digitar um espaço?
mais
No sentido de "porém", o certo é escrever "mas". A palavra com "i" dá a ideia de adição.
bastante pessoas
O certo é "bastantes pessoas". Isso ocorre quando "bastante" não for advérbio, tiver função adjetiva, ou seja, quando puder ser substituído por "muitos" ou "muitas". Parece um pouco estranho, mas essa é a forma correta.
encontrarão
Quando o verbo for conjugado na terceira pessoa do plural do pretérito do indicativo, o certo é "encontraram". A forma com -ão ocorre apenas no futuro.
se eu ver...
O correto é "seu eu vir", quando a frase contém o verbo "ver", embora pareça um pouco estranho. Caso o verbo seja "vir", a frase com o verbo conjugado no futuro do subjuntivo é "se eu vier".
duzentas gramas
Em se tratando de pesos e medidas, a forma correta é "duzentos gramas", uma vez que o substantivo "grama", nesse contexto, é do gênero masculino.
asterístico
O certo é "asterisco". É o símbolo "*".
meio-dia e meio
O certo é "meio-dia e meia [hora]".
menas
O certo é "menos". Trata-se de um advérbio de intensidade, portanto é invariável.
Não pense que a Internet nos dá a liberdade de escrevermos como quisermos. Tente evitar ao máximo palavras em português escritas de forma inadequada para que não seja prejudicado na hora de mostrar seu potencial em provas e exames.

J Renato F Almeida
Capelinha MG