24 fevereiro 2012

Parabéns Capelinha


Capelinha ou simplesmente Capela. Capelinhense que é Capelinhense não se importa com o nome. O que ele quer mesmo é comemorar, gritar e vibrar com uma cidade de tantas glórias.
Hoje, 24 de fevereiro de 2012, a bela capelinha completa 99 anos e inicia a contagem regressiva para um centenário magnífico.  Mas, Capelinha chega perto dos 100 anos com uma energia de uma grande metrópole , com recordes invejáveis. Os dados mostram que a agricultura foi o setor que mais cresceu, mas a indústria continua tendo grande importância na vida econômica do município, principalmente a indústria cafeeira e madeireira.
Segundo o IBGE Capelinha tem o segundo maior PIB do Vale do Jequitinhonha, ficando atrás apenas de Diamantina, e tem a maior renda per-capita, o que faz da cidade pólo econômico da microrregião da qual é sede. Ainda no campo econômico, Capelinha tem agências bancárias do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Sicoob.
Capelinha não está ficando velha. Mas, sim experiente! Afinal, como disse o pensador Antônio Francisco, “a velhice é uma experiência de cada dia”. E nisso sabemos que  Capelinha é campeã! São mais de 34.000 habitantes e uma história  que remonta ao ano de 1809, quando Manoel Luiz Pêgo, um descendente de portugueses, juntamente com sua família, fugindo de índios Aranãs  acabou por se estabelecer juntamente com sua família à beira do córrego Areão. 
Parabéns Capelinha. Que venha 100, que venha centenas. Me orgulho de fazer parte de uma pequena parte da história dessa grande cidade que humildemente se finge de Capelinha, mas que na verdade é uma grande catedral que reina majestosamente no Vale do Jequitinhonha e Mucuri.


José Renato de Freitas Almeida
Gerente Geral do Banco do Brasil
Capelinha MG

04 fevereiro 2012

Tempo de Cachoeira

Tempo de Cachoeira
(Para todos os cachoeiraltenses de todos os tempos)

Bom dia: Vamos relembrar os tempos passados?

"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida." (Provérbio chinês)
Tenha um Bom dia!

Sempre que me encontro com pessoas mais novas de Cachoeira Alta e digo que sou de lá, já morei lá, ouço a pergunta: Não me lembro de você! Quando morou em Cachoeira, qual o seu tempo lá?
O meu tempo de Cachoeira era o tempo em que a energia acabava às  dez horas, quando o motor era desligado para desespero das mães e felicidade dos casais de namorados.
O meu tempo de Cachoeira era o tempo que a fonte luminosa funcionava e nos deixava maravilhados e o zelador da praça era o nêgo Tiete, que o politicamente correto hoje nos obriga a  dizer, o afrodescendente Tiête. Era o tempo em que a cidade se dividia em duas: o Centro e a Bugrelândia. E a Bugrelândia se dividia em duas: A Bugrelândia e a Avenida Rio Dôce, onde estava concentrado a “zona” comandada por uma famosa cafetina.
O meu tempo de Cachoeira era o tempo que os prefeitos atendiam pelo nome de Gil Barbosa de Freitas, Viriato Sartório e Jerônimo Ferreira da Paixão. Ramiro Caiado ainda era nome de médico e namorado de uma promotora de Justiça. Clóvis ainda era funcionário do Posto Texaco. Deputados apareciam de quatro em quatro anos e eram sempre os mesmos: José de Assis, Humberto Xavier e Monteiro Rezende.
O meu tempo de Cachoeira era o tempo em que a farmácia era do Élcio, selaria do Felé, sapataria do Juca Branco, Bazar o da Lídia, sorveteria da Dona Altina e do Senhor Nemézio, lojas de roupas dos turcos, rodoviária, posto de gasolina, hotel e restaurante  do João da Xica, auto peças a Tem Tem do Pedro do Délio, churrascaria a do Agostinho, correios da Eulália, rádio pirata a do Geraldinho Cabral, táxi o do Olair, cinema o do Chanico, lanchonete o Josafá ainda era garçom, armazém o Brasília do Mané Pio na rua Belo Horizonte número 48, fábrica de botinas a do Júlio Paganini, loja agropecuária a do Tião Nunes, oficinas as do Gilberto Nunes, Nêgo Carolina e Renato Filsner.
O meu tempo de Cachoeira era quando o padre se chamava Miguel, o médico João Ivani, o advogado Ézio Rezende, o retratista Juquinha, o contador Otávio, o alfaiate Jarbas,  o padeiro Aladir, o juíz Doutor Jamil, o promotor Doutor Valdemes, o ferreiro  Mudinho, o delegado Zé Nery, o sargento Altair, o vereador Liquinho,  o Doutor Paulo Rodrigues de Freitas nem vereador era, dentista o Tercy e o Olegário, o pedreiro José Rodrigues, manicure a Percy.
O meu tempo de Cachoeira era o tempo que gay a gente falava viado e o  viado se chamava Antônio. O meu tempo de Cachoeira era o tempo em que os presos se chamavam Domício, Limiro e Ivo.
No  meu tempo de Cachoeira, Mariolanda era diretora, Selma era secretária,  Albertina, Dona Geralda, Norberto, Antônio de Pádua, Terezinha e Dona Taide eram professores. A tia Tereza ainda era dona de Panificadora, onde a Leozina era balconista, solteira, carismática, amiga, confidente e vendia a melhor bôlo envolto em um papel sanfonado (Maria Benta?)  que já comi até hoje!
No meu tempo de Cachoeira, mulher bonita era a Suely do Miguelcy, a Sandra do Mané Pio, a Jeane do Areno, a Márcia do Andiara e a Jane do Ronaldo. Todas ofuscadas pela beleza suprema da Neide Rodrigues de Souza, futura senhora Paulo Rodrigues de Freitas.
O meu tempo de Cachoeira era o tempo da tia Marola, do tio João Uberabense, do Rui do Juca Branco, do Edinho do Jerônimo Paixão, do Délio Macêdo, do Juca Branco, do Curica, da Aparecida do Andiara, do Filó,  da tia Ariolanda, do Manoel Garcia e da dona Ana, do Pretinho do Dorman, do Noêmio da Dona Altina, da tia Lidorneta, do Acácio Caetano, do Gaudêncio, do Waldemar Macêdo, do Betico, do Wilson Marajó, do Antônio Luiz, do meu amigo Guimar, do Sebastião Vieira, do Edmundo Vieira, do Júlio Pagganini, do Teófilo e tantos outros.
O meu tempo de Cachoeira era o tempo da TV só por algumas horas pois dependíamos do Adalberto para ligar a antena em cima da serra. Era o tempo das grandes disputas nas gincanas estudantis. Era o tempo que os irmãos Rodolfo, Ronaldo e João Luiz tiravam leite, tratava dos porcos e ainda chegava na escola às sete horas em ponto a tempo de atropelar o João Júnior com a F-100, sem nenhum ferimento. Era o tempo que o Júnior Tolêdo ainda era menino e o Flávio Macêdo nem tinha nascido.
O meu tempo de Cachoeira era o tempo que meu pai se chamava João da Euza e a minha mãe, Euza do João Uberabense.
O meu tempo de Cachoeira é esse tempo que passou!

Peço e desejo que seu dia seja mesmo um BBom dia! E até segunda...

"Para evitar as criticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada."  (Elbert hubband)

José Renato de Freitas Almeida
Mineiros GO 

Dezembro de 2005