Você lidera e motiva a sua equipe?
“Não ser ninguém mas ser você mesmo, num mundo que está fazendo o máximo para fazer de você outra pessoa, é lutar a batalha mais dura que você terá. Nunca pare de lutar.” E. E. Cummings
Embora liderança possa ser uma competência, liderar é uma arte. Mais do que isso, é uma tarefa espiritual. Para Anselmo Grün, monge beneditino alemão, líder é aquele que visita constantemente a escola do auto-conhecimento, valoriza as pessoas, desperta vida na empresa através do crescimento de cada um de seus colaboradores e, antes de mais nada, é capaz de liderar a si mesmo, de se auto-observar para conhecer quais as emoções que o impelem e que sentimentos determinam suas decisões.
Aquele que lidera desta maneira serve verdadeiramente ao ser humano, pois se compromete com os seus colaboradores, que também o ensinam a exercer a liderança.
Nunca é bom para uma coletividade que existam vencedores e perdedores. Por este motivo o líder nunca pode transmitir aos seus colaboradores a sensação de que nada podem contra ele, de que tem sempre de se curvar. Ninguém gostaria de ser para sempre o perdedor. Assim, como perdedor, este alguém desistirá de lutar e fará apenas o necessário ou então só pensará em vingança, para ganhar da próxima vez. Já que em um confronto com o gestor o colaborador não poderá ser notoriamente o vencedor, ele vencerá por meio da recusa e do retraimento interior. Assim, ele trabalhará apenas segundo o regulamento e desta forma aborrecerá o líder constantemente para lhe transmitir uma sensação de impotência. Desta forma, o perdedor será ao mesmo tempo o vencedor. O líder se sentirá impotente. Suas tentativas de melhorar alguma coisa por meio de crítica e de controle estão condenados ao fracasso. A tristeza que cresce em um perdedor se difundirá de maneira gradativa e acabará por contaminar e paralisar toda a equipe.
O princípio básico de que o líder não deve ferir e magoar seus colaboradores é benéfico nas empresas também no quesito saúde, pois muitos colaboradores adoecem porque são constantemente magoados.
O quanto sabemos sobre o porquê de as pessoas reagirem desta ou daquela maneira? Acho que muito pouco. Não temos capacidade para entender as reações das pessoas porque não somos onipresentes, ou seja, não estamos com uma pessoa o tempo todo para ver por quais experiências ela passou e, daí então, compreender suas atitudes. Isso nos torna incapazes de absolver ou condenar alguém. Por isso, o que podemos fazer é reprovar a atitude ao invés da pessoa. É o meio de procurarmos fazer o que é certo sem julgar ninguém.
A consciência de que estamos condenando o ato, no lugar do ator, nos torna mais justos. Principalmente, porque impedimos que o ódio e o rancor se enraízem dentro de nós.
Ao buscarmos um entendimento a respeito dos motivos que levam uma pessoa a fazer algo impensado, conseguimos nos livrar do peso da amargura. Embora tenhamos de lutar sempre contra o que está errado, nem sempre precisamos lutar contra quem cometeu o erro.
É mais eficaz destacar para uma pessoa o que ela está fazendo de errado do que atingi-la diretamente como ser humano. O resultado é melhor. A solução é mais contundente. Desta forma, ajudamos de fato o outro. Afinal, quem mais precisa de ajuda é aquele que não está encontrando um modo melhor de viver.
Veja essa pesquisa recente da norte-americana Harris Interactive: Você se sente entusiasmado, cheio de energia a respeito de seu trabalho?
- 15% – Sim (soma de fortemente entusiasmado com moderadamente entusiasmado).
- 85% – Sentem-se neutros em função ao trabalho ou desestimulados em diferentes graus.
- 15% – Sim (soma de fortemente entusiasmado com moderadamente entusiasmado).
- 85% – Sentem-se neutros em função ao trabalho ou desestimulados em diferentes graus.
Você acredita que seu líder ou empregador o inspira a dar o máximo de si?
- Apenas 31% responderam que sim, que inspira muito ou que inspira mais ou menos. - Os 69% restantes responderam de forma neutra ou negativa.
- Apenas 31% responderam que sim, que inspira muito ou que inspira mais ou menos. - Os 69% restantes responderam de forma neutra ou negativa.
E uma pergunta que foi feita apenas para os líderes: você se preocupa com o que pode acontecer com a sua empresa? Você realmente se importa com a organização, seu sucesso e crescimento? Mais de 35% responderam que não, não têm nenhuma consideração com o local de trabalho. Mais de um terço de pessoas que deveriam estar liderando outras pessoas não está nem aí. E existem outras pesquisas e dados a esse respeito, inclusive referentes ao Brasil. Dados como esses podem mostrar a origem de vários problemas na empresa: dificuldade de inovar, de reter talentos, absenteísmo, falta de reação ao ataque da concorrência, falta de unidade e de definição de metas.
Alguns afirmam que isso é inevitável, pois conforme as empresas crescem e aumentam suas burocracias internas, aparece um certo status quo, um desejo de deixar as coisas como elas são. O olhar para fora, para o cliente, mercado e fornecedores seria irremediavelmente substituído pelo olhar “para dentro”, para a manutenção do emprego e de certas vantagens e poder sobre outros, na microsociedade que a empresa está fadada a se tornar.
A realidade, porém, nos mostra outras coisas. Aqui e ali, vemos exceções, empresas que conseguem manter o foco de servir o consumidor e não a si. São aquelas que inovam, crescem e se destacam, ganhando prêmios de bons lugares para se trabalhar.
A própria pesquisa da Harris nos dá outra pista: o alto número de líderes que não se preocupam em reciclar, motivar, treinar seu pessoal, o que resulta em um alto número de pessoas descontentes, que dizem que seus líderes não os estimulam. Nas empresas que se destacam, o jogo é outro. Elas mostram, com ações e palavras, que a responsabilidade é de todos. Nelas, líderes sabem que são responsáveis pelo correto funcionamento de sua equipe, que só se consegue quando todos os membros dela acreditam no que fazem e querem fazer mais. Tais pessoas, por outro lado, sabem que não adianta ficar apenas esperando. Deve-se agarrar as oportunidades de treinamento, melhorar profissionalmente. E fazem isso porque querem.
De um modo geral, vivemos cercados de pessoas comuns, que querem nos convencer de que devemos ser iguais a elas. Quem tem um talento especial ou uma característica original que faz com que se sobressaia pode acabar incomodando os outros e até mesmo virar alvo de inveja. Por isso, não espere que ninguém respeite seu modo de ser diferente ou lhe estimule a investir no seu potencial.
Por outro lado, para se tornar uma pessoa comum, você precisa muitas vezes violentar sua natureza e sacrificar sonhos, individualidades e idéias únicas. Significa que você guiará sua vida atendendo mais às preferências do grupo do que às suas. Resista à tentação de ser igual aos outros!
“A maioria de nossos gastos é feita para propiciar nossos esforços de nos parecermos com os outros.” Ralph Waldo Emerson
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